Sentido para existir

31-07-2013 15:46

 

 

“Não perguntes à vida o que ela te pode dar, mas sim o que lhe podes oferecer a ela.”

                                                                                                              Viktor Frankl

 

“Tudo pode ser retirado a um homem, excepto a última das liberdades humanas: escolher a atitude a seguir perante determinadas circunstâncias, escolher o seu próprio caminho.”

                                                                                                                 Ibidem

 

Foi no horror da vivência em quatro campos de concentração (nomeadamente os de Auschwitz e Therezin), durante o período compreendido entre 1942 e 1945, que Viktor Emil Frankl, médico psiquiatra austríaco, se confrontou com a grande questão existencial que daria origem à sua obra terapêutica: Que sentido encontrar na vida para nos dar motivação, coragem de continuar?

“Reduzidos a condições de miséria e pavor, homens e mulheres habitualmente medíocres elevavam-se à dimensão de santos e heróis, mostrando-se capazes de extremos de generosidade e auto-sacrifício sem a esperança de outra recompensa senão a convicção de fazer o que era certo. A privação despia-os da máscara de egoísmo biológico de que os revestira uma moda cultural leviana e trazia à tona a verdadeira natureza do ser humano: a capacidade de autotranscendência, o poder inesgotável de ir além do círculo dos seus interesses vitais em busca de um sentido, de uma justificação moral da existência.”

O que sustentou Frankl durante os seus anos de cativeiro foi o seu grande interesse pelo comportamento humano , concluindo, depois, que esse interesse o havia salvo. Esse sentido não se tratava de um sentido para a vida em termos gerais, mas um sentido pessoal. Cada indivíduo deve encontrar e dar-se um sentido para existir, uma razão única e singular.

Seriam três, as vias que, segundo Frankl, permitiriam esse encontro:

 (1) Criando um trabalho ou realizando um feito notável,  ao sentir-se responsável por terminar um trabalho que depende fundamentalmente dos seus conhecimentos ou da sua acção.

 (2) Experimentando um valor, algo novo, ou estabelecendo um novo relacionamento pessoal. Este é também o caso de uma pessoa que está consciente da responsabilidade que tem em relação a alguém que a ama e espera por ela.

 (3) Adoptando uma atitude em relação a um sofrimento inevitável, com a consciência de que a vida ainda espera muito da nossa contribuição para com os demais.