Perspetiva

05-10-2013 18:26

 

 

“De uma macroperspetiva, não existe separabilidade e, de longe, todas as partículas de tudo apenas parecem o Todo.

Tal como se olha para uma pedra aos nossos pés e se vê a pedra, nesse preciso momento e nesse lugar, inteira, completa e perfeita. Mas, mesmo na fração de momento em que a pedra se mantém na nossa perceção, passam-se muitas coisas nela – um movimento incrível, a uma velocidade incrível, das partículas (átomos, protões, neutrões e partículas subatómicas) dessa pedra. E que fazem essas partículas? Fazem da pedra o que ela é.

Ao olharmos para essa pedra, não vemos esse processo. Mesmo que concetualmente, estejamos conscientes dele, para nós está tudo a acontecer “agora”. A pedra não se está a tornar uma pedra; é uma pedra, aqui e agora mesmo.

No entanto, se fôssemos a consciência de uma das partículas submoleculares no interior dessa pedra, sentir-nos-íamos a mover a uma velocidade louca, primeiro “aqui”, depois “ali”. E se uma voz exterior à pedra nos dissesse “Está tudo a acontecer ao mesmo tempo”, chamar-lhe-íamos mentirosa ou charlatã.

Contudo, numa perspetiva à distância da pedra, a ideia de que qualquer parte da pedra esteja separada da outra e, além disso, se movimenta a uma velocidade louca, aparentaria ser uma mentira. A essa distância poder-se-ia ver o que não se podia ver de perto – que tudo é Um, e que todo o movimento não moveu nada.”

 

Donald Walsch, Conversas com Deus

 

 

As noções de “espaço” e “tempo” são relativas, apenas uma questão de perspetiva. À medida que alteramos a nossa perspetiva, vivemos a realidade de formas diferentes. Tal como a pedra que nós visualizamos como um corpo uno, é desta forma que um astronauta, na lua, perspetiva a Terra: um só corpo, sem qualquer movimento interno. Estes exemplos permitem-nos perceber o quão relativos são os nossos conceitos de “espaço” e “tempo”.

O movimento ocorre ininterruptamente na nossa aparente imobilidade, a causa e efeito são instantâneos ou mesmo simultâneos, a nossa “separabilidade” existe na nossa unidade.

Embora na aparência sejamos entidades separadas, estamos intimamente ligados.

O “espaço” e o “tempo” são artifícios pelos quais separamos as partes do Todo. Qualquer realidade macro não é senão uma realidade micro de outra macro realidade. E assim… Até ao infinito. Mudemos a nossa perspetiva. Experimentemos, em consciência, a nossa íntima ligação num Todo que nos acolhe em harmonia. Aproximemo-nos de tudo o que nos une, desde o infinitamente pequeno ao infinitamente grande. E, no final de cada dia, perguntemo-nos:

  • "Qual foi a forma que escolhi de me ligar aos outros seres?"

  • "O que digo, o que faço, os pensamentos que me ocorrem, as minhas intenções, os projetos que concebo, estarão a contribuir para a unidade ou para a divisão, para a conciliação das diferenças ou para a oposição dos contrários, para a paz ou para a guerra?"