O olhar dos outros e o nosso

27-10-2013 12:02

imagem da net

 

Criamos a nossa autoimagem através das classificações que as pessoas nos dão. Desde crianças que damos aos outros o poder de nos julgar, de dizer quem somos, de ser afetados por aquilo que nos dizem. Como se da aprovação dos outros dependesse o seu amor.

Quando nos avaliamos e compreendemos através do olhar dos outros, a nossa vida é como uma montanha-russa, porque a única constante, acerca das pessoas, é que se altera. Há que nos libertar desta dependência e lembrar-nos de que somos nós que estamos a dar o poder ao outro de nos julgar.

Mas, afinal, o que nos torna tão sensíveis às opiniões dos outros? Porque tomamos o que nos dizem, de forma tão pessoal? Não será porque nos julgamos a nós próprios?

As críticas dos outros fazem vibrar algo dentro de nós, ou não… Se estivermos plenamente convictos do contrário daquilo que nos dizem, as suas palavras não terão qualquer ressonância em nós.

Assim, talvez seja uma boa ideia dar atenção aos efeitos daquilo que os outros dizem identificando os julgamentos que fazemos em relação a nós próprios para os podermos ultrapassar. Utilizar todas as circunstâncias em que reagimos, enervamos, desencorajamos, com o que nos dizem e detetar, em nós, tudo aquilo que nos tem envenenado ao longo da vida. O que disseram os nossos pais, ou outros adultos quando éramos crianças? Entreguemos a “César o que é de César”, aquilo que nos convenceram com os seus julgamentos, aquilo que lhes pertence unicamente (ao seu mundo, às suas projeções).

Acolhamos todas as nossas reações pessoais e agradeçamos silenciosamente àqueles que nos fizeram reagir, pois ajudaram-nos a descobrir os julgamentos que temos relativamente a nós próprios. Tomemos consciência das feridas que estão em nós para, enfim, as curarmos e cicatrizarmos. A partir daí, o mesmo gesto, ou a mesma palavra, não produzirão qualquer efeito.

Libertemo-nos, aprendamos a escutar a nossa essência profunda, aprendamos a amar-nos.