Comunicação Autêntica

25-07-2013 17:24

 

 

A CNV foi desenvolvida por Marshall Rosenberg, psicólogo norte-americano, e é ensinada há mais de 40 anos em diferentes áreas:  educação, saúde, instituições públicas, empresas... Parte da observação de que a crescente violência que nos cerca e na qual estamos inseridos é reflexo de uma lógica de acção e relação divorciada dos nossos verdadeiros valores. Não são as necessidades e valores que estão em conflito, apenas as estratégias que escolhemos. Ou seja, é a nossa forma de pensar que gera conflito.

A “Comunicação Não violenta” é, sobretudo, um processo de entendimento que facilita a harmonização das nossas necessidades com as necessidades das outras pessoas, de uma maneira empática. Envolve, inicialmente, uma mudança de foco – dos nossos erros e dos erros do outro às necessidades de todos. Por outro lado, é essencial aprender uma linguagem que nos permita construir uma relação de confiança com o próximo. Uma linguagem que aumente a disposição de cooperar e apoiar-nos mutuamente.

São quatro as componentes deste modelo que tem como objectivo promover uma mudança na nossa comunicação e ajudar a construir um mundo mais compassivo:

 

1. Observação – primeiramente, devemos observar, de facto, o que acontece numa situação, sem fazer qualquer julgamento ou avaliação. Há que separar observação de avaliação, pois quando as combinamos, as pessoas tendem a receber as nossas palavras como uma crítica. Regra de ouro, então: Observar sem avaliar.

 

2. Sentimento – em seguida, identificamos como nos sentimos em relação ao que observámos (magoados, assustados, alegres, divertidos, irritados, etc) e expressamos como nos sentimos. 

 

3. Necessidades – Reconhecemos quais das nossas necessidades estão ligadas aos sentimentos que identificámos. O que os outros dizem e fazem pode ser o estímulo, mas nunca a causa dos nossos sentimentos. Quando os outros ouvem críticas, tendem a investir a sua energia na autodefesa ou no contraataque. Quanto mais directamente pudermos conectar os nossos sentimentos às nossas necessidades, mais fácil será para os outros reagir compassivamente.

 

4. Pedido – Acções concretas que pedimos para enriquecer as nossas vidas. Quando as nossas necessidades não são atendidas, depois de termos expressado o que estamos a observar, sentir e precisar, fazemos então um pedido específico: Pedimos que sejam feitas acções que possam satisfazer as nossas necessidades.

 

Ao usar este processo passamos a expressar-nos com honestidade e receber com empatia, a comunicar, enfim, com autenticidade.

 
Fonte: Comunicação não-violenta, Marshall Rosenberg